Na verdade, o carro deveria se uma extensão das pernas, do corpo do homem, um instrumento para ir e vir de forma rápida, eficaz, econômica e com um mínimo de qualidade. Mas o que se observa nas ruas e nas estradas não é isso, a ponto da psicóloga Ana Verônica Mautner afirmar (revista Carta Capita, 31/01/2011): “Tem homem que precisa de um motor para carregar seu próprio pinto. A potência é da máquina, e não dele". Afirmação corrobora a tese da relação pinto pequeno x carro grande, pinto pequeno x carro potente.
Poderia aprofundar mais o assunto,
destacando a sedução que o carro exerce, ao dar a sensação de que o indivíduo
se torna mais potente, menos lento, mais robusto. Tem até um comercial dirigido aos “apaixonados
por carro”. E de outro lado tem as “marias gasolinas”, moçoilas mais
interessadas nas qualidades do carro do que nas do seu seu proprietário.
Ainda em relação em gênero feminino, “marias
gasolinas” à parte, chama a atenção a preferência por determinados modelos e
marcas, tipo Ka, Uno ou Clio e os da linha Citroen. Segundo os estudiosos, elas preferem
veículos mais funcionais, práticos e simples, como o fazem também em relação à
casa, já que a maioria têm jornada dupla de trabalho, enquanto o homem dedica
ao próprio carro atenções que não reserva para nenhum outro objeto.
Chega de teorizar porque sou obrigado novamente a bancar o bisbilhoteiro
e revelar um diálogo ouvido recentemente na mesa ao lado:
- Foi tua mulher que escolheu teu carro?
- Não, por que?
- Porque com um carro chinelão desses não vais conseguir ‘pegar’
ninguém.
Para concluir, antecipo que tenho um
carro de tamanho médio e de potencia também média.