terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ah, eu sou Gaúcho!

O chimarrão não faz parte dos meus hábitos. Jamais usei bombachas ou qualquer adereço gauchesco. A única vez que montei a cavalo quase me fui com montaria e tudo Caracol abaixo, em Canela. A vida campeira não me atrai e só uso faca afiada para a preparação do churrasco e nisso, modéstia a parte, sou competente. Ah, e não morro de amores pela Polar e por qualquer outro produto ou atitude que demonstre nosso ufanismo gaudério.


Esse distanciamento de algumas de nossas mais caras tradições e hábitos, tão exacerbados no 20 de setembro, não me tornam menos gaúcho do que o taura pilchado que desfila orgulhoso. Ainda me emociono com os acordes do Hino Riograndense e reconheço no cancioneiro do chamado nativismo jóias raras de poesia, que também mexem com a minha sensibilidade. “Guri”, de João Batista Machado e Julio Machado, é uma delas, de preferência interpretada por César Passarinho. Outro dia me deu nó na garganta na chegada da Cavalgada dos Mil Dias para a Copa, quando Elton Saldanha recebeu os cavalarianos entoando “O Rio Grande a Cavalo” - Lá vem o Rio Grande a cavalo/entrando no M'Bororé/là vem o Rio Grande a cavalo/que bonito que ele é.

É impossível renegar as origens e não ser contaminado pelo ambiente de exaltação do gauchismo que, registre-se, cresce como compensação, na medida em que o Rio Grande perde poder e espaço no contexto nacional. Talvez seja o momento de avaliar também porque um movimento que foi derrotado em armas, embora vitorioso na permanência dos seus ideais, seja tão exaltado e reverenciado, enquanto outros movimentos bem sucedidos, capitaneados por gaúchos, como a Revolução de 30 e a Legalidade, não tem o mesmo reconhecimento e a mesma força de aglutinação dos gaúchos. Estaria faltando um Paixão Cortes, um Barbosa Lessa e seus pioneiros da retomada do gauchismo para reconstruir esses momentos da nossa história e criar novas razões para nos orgulharmos?

Como História e Tradição escapam do meu campo de conhecimentos, repasso a questão para os especialistas, antes de reafirmar, com algum recato e muito orgulho: Ah, eu sou Gaucho!

domingo, 11 de setembro de 2011

Para Rafaela

Rafaela, tão pequena, tão frágil e tão bela. Como te esperamos e como te amamos antes mesmo do primeiro choro e de podermos te aninhar ternamente em nossos braços. Os mesmos braços que vão te proteger nos primeiros passos da longa caminhada, até que te sintas segura para seguir em frente, amparada nos valores que vais herdar.


Teus pais são criaturas amorosos e aí está o primeiro valor a ser herdado. Com o tempo vais conhecer o resto dos clãs e poderás retribuir todo o amor que te dedicam. Mas não imagine que é troca, esse amor é incondicional, porque tua chegada é benção e renovação.

Bem-vinda Rafaela, tão pequena, tão frágil, tão bela e tão amada.Vem nos guiar para o futuro.

* Rafaela, filha da Rozana e do Rafael, nasceu dia 4 de setembro.